[MÚSICA] Oi pessoal, eu sou a Samira Almeida, eu sou co-fundadora da StoryMax. A StoryMax é uma publicadora de livros aplicativos, então livros digitais interativos, para crianças e jovens. Nós publicamos livros aplicativos que são multilíngues. Então a gente vende para o mundo inteiro. E hoje eu tenho alguns parceiros fora do Brasil, principalmente nos Estados Unidos. O que mais posso falar sobre a StoryMax? Nós já recebemos dois prêmios internacionais. Por qualidade de conteúdo para infanto-juventude. E por tecnologia aplicada à educação. E agora a gente está concorrendo ao Jabuti, que é a maior premiação de literatura do Brasil. Nós somos finalistas. Estou bem orgulhosa com isso. Com relação à formação, Eu sou formada Jornalista, pela Metodista, faz tempo. E aí mais recentemente, eu vim fazer uma pós na ECA, eu fiz e-comunicação. Que é Educação, Mídias e Comunicação. Eu já vim buscar isso porque senti necessidade no meu negócio de ter pouco mais de conhecimento e de entender o que estou falando. Mas é isso aí. [SEM AUDIO] Eu vou contar nacional e internacional. Acho que vale ambos os campos, mas enfim. No meu caso, eu vou contar como eu aprendi. Nacionalmente o que aprendi foi o seguinte: quando você está fazendo produto, vale também para serviço, quando você está prestando serviço, que é novo de fato, que ou não existe, ou existem poucas empresas, poucas startups experimentando, ou produto que ainda está evolução. Que é caso do livro aplicativo, que é o que eu faço, se você pegar os meus livros, de livro pro outro você vê como a gente tem evoluído assim. Então você, quando você está uma área que você tem produto ou serviço desse tipo. Você provavelmente não vai ter cliente convencional. Que é aquele cliente que chega com uma lista de requisitos. Porque na verdade, nem ele sabe o que ele quer direito. Ele sabe que quer fazer uma inovação, ele sabe que gostou de você. Também tem isso. Ele sabe que o seu produto é bom, o seu serviço. Mas, ele não necessariamente sabe o que ele quer. Provavelmente ele não sabe. Então, o seu trabalho, a sua relação é muito mais uma relação de co-criação do que uma relação empresa-cliente assim, especialmente se seu negócio é B2B. Então, você tem que estar preparado assim, para si envolver mesmo no processo, para explicar para ele o que pode ser feito, como pode ser feito, o que que é mais caro, que que não é. Talvez negociar com ele cima de valor fechado. De tipo: Eu posso tanto, o que dá pra fazer nesse valor? Você tem que estar preparado para ter desde jogo de cintura para lidar com essa situação, ter uma elasticidade no seu cronograma. Porque vai precisar de muito mais aprovações, vai demandar algumas sessões de brainstorming, talvez. E também, estar preparado para lidar com várias áreas da mesma empresa. Isso aconteceu comigo. No desenvolvimento de produto que a gente lançou recentemente. A gente começou conversando com uma área e de repente a gente estava conversando com cinco áreas ao mesmo tempo assim. E isso obviamente é bastante difícil. Você tem que ter muito jogo de cintura e tem que acreditar muito no seu parceiro, e o parceiro você, vocês têm que estar realmente muitos alinhados. Então eu acho que assim, o principal aprendizado que eu tenho é: se você está fazendo uma coisa que é muito nova, que as pessoas não conhecem, você tem que estar disposto a também ensinar e a também fazer junto. Não é prestar o seu serviço e ir embora. E internacionalmente, o que eu aprendi é curioso isso. Eu tenho parceiros fora do Brasil. Eu tenho parceiro muito forte nos Estados Unidos. Parceiro de venda. A gente já tinha uma relação comercial. Até que foi evoluindo e aí a gente marcou uma reunião de fato, para a gente conversar, si conhecer melhor. Então eu apresentei minha empresa, ela apresentou a empresa dela. E foi incrível, porque eu percebi como o brasileiro é meio vira-lata. Eu achava que estava imune sabe, mas eu descobri que não. Que vergonha. Mas enfim, a gente tende a achar que porque eu sou brasileiro, eu vou ser menos bem visto, o meu produto vai ser menos bom. Enfim, a gente tem monte de ilusões bobas assim com essas coisas. Então quando eu comecei minha reunião com ela, depois da abertura da reunião a primeira coisa que eu falei foi: bom, você deve ter percebido, pelo meu sotaque, eu sou brasileira. E eu faço produto que é para educação. Então eu falei: eu sou brasileira, isso é problema? E eu sabia, eu estava super tensa com essa reunião. Porque eu falei, pode ser que até o final desta reunião, ela fale: Nossa, eu não sabia. Então, eu não quero mais comprar de você. Não quero mais te ajudar a vender aqui. E para minha grande surpresa, ela fez uma cara de que pergunta é essa, sabe assim? E falou escuta: seu produto é bom, meus alunos gostam, os meus clientes estão satisfeitos. Tanto faz pra mim de onde você é. Se você fizer outros produtos com a qualidade que você faz, eu vou continuar comprando. E aí aquilo assim foi alívio de termos de negócios, na hora e segundo momento, eu percebi que não estava tão imune assim a esse sentimento horrível que o brasileiro tem. E aprendi essa lição assim, de não ter vergonha, de arriscar mais porque tentando que a gente vai conseguir. Então, preocupe-se menos e tente mais. [SEM AUDIO] Abordagem e Follow Up, essas coisas não tem receita gente. Vai depender das suas habilidade pessoais, do seu jeito de ser. Vai depender do outro cara que está do outro lado, de que tipo de personalidade ele gosta de lidar, do quanto ele simpatizou com você. Às vezes, acontece algumas coisas comigo que eu não consigo entender e as pessoas simpatizam. Enfim, acontece! Mas aí óbvio é o seu papel fazer com que aquilo cresça. Mas enfim, a priori não tem receita de bolo. O que eu falo é que tem algumas ferramentas que a gente pode usar sempre para construir a nossa coisa. Todo bolo vai farinha, ovo e leite e manteiga. Então, é mais ou menos isso. Primeiro, cara de pau, não interessa quem é. Se é interessante para você, bata na porta e tente falar. Aproveite as oportunidades. Eu tenho histórico interessantíssimo de oportunidades. De ir evento e dentro do evento perceber que tinha uma pessoa que era até às vezes de fora do Brasil, que poderia se interessar por me apresentar a uma terceira pessoa. Oi, tudo bem? Então, eu queria me apresentar a você. E aconteceu. E eu poderia não ter tentado, porque: Esse cara nem é do Brasil, ele não fala inglês direito e nem eu, não vai dar certo. Ou enfim, poderia ter posto milhares de obstáculos e não pus isso, fez muita diferença pra mim. Usa sua cara de pau, aproveite as situações que se coloca na sua frente. E especificamente, casos de parceiros mesmo. E aí não estou falando daquele cliente da cocriação não. Estou falando de parceiro, gente para trabalhar com você, com sua equipe, para desenvolver coisa com você. Clareza e sinceridade. Porque ninguém quer abraçar uma bucha e descobrir que era maior do que era depois. Nem você quer, e nem o outro que está chegando quer. Então, jogar limpo. Dizer que se você não sabe o que vai acontecer, dizer que você não sabe. E mostrar disposição também para se adaptar ao outro. Pra aquele que está chegando, ouvir as opiniões e conhecer também o outro lado e entender outras coisas. Com relação à Follow Up, eu tenho uma década já atuando como editora de revistas. E eu acho que isso vem pouco, que essa coisa que vou explicar de Follow Up, vem pouco da minha experiência dentro do Jornalismo. Eu não consigo entrar pra uma reunião sem papel e uma caneta. Na verdade uma lapiseira, que gosto mais. Eu fico anotando coisas na reunião e geralmente eu já faço as anotações pensando no Follow Up que vou fazer depois. Então assim, o que é esse Follow Up? Tudo que surgiu na reunião de tipo: Então depois você me manda aquele link? Tanto o que eu tenho que mandar como o que eu quero que as pessoas me mandem. Essa é a primeira coisa. E a segunda coisa é fazer mesmo uma amarração da reunião. Porque naquele momento você vai tirar dúvidas que você tenha tido, aí você vira e fala assim: Estou enviando resumo da nossa conversa, se eu tiver me enganado alguma coisa, por favor, me corrija. Aí você diz o que você entendeu, certo? Então, aí você vai tirar suas dúvidas, aí você vai explicar melhor aquilo que você falou sobre você, sobre sua empresa, que talvez não tenha ficado tão claro, que você tenha alguma dúvida. E vai também, colocar essas coisas que foram conversados durante a reunião: Envia isso, faz isso, faz aquilo. Outra coisa que a gente tem bastante, a minha empresa tem uma força de comunicação bastante organizada. A gente tem dois profissionais de comunicação. A gente é super organizado com apresentações. Se você pega a nossa pasta no DropBox, ela tem uma área de produção, aí dentro da área de comunicação ela tem: por produto, tenho: todos os releases, todas as imagens que posso usar, e enfim. Coisas de som, eu tenho as reuniões que eu faço por Skype. Eu tenho gravação de todas as reuniões, caso eu esqueça para eu lembrar, sabe coisas assim. E a gente tem uma pasta de apresentações, cada vez que eu vou fazer uma apresentação, seja uma reunião ou não, eu monto apresentação e boto lá dentro. Então, quando eu volto e vou fazer esse Follow Up, eu abro essa pasta e puxo o que está lá dentro, que é: apresentação da minha empresa, apresentação dos meus apps. Eu já tenho tudo isso pronto na verdade. Eu vejo mais como uma questão de organização do que uma questão de produção. Que tese se você produziu uma vez, ou no máximo duas ou três, que você pode ter alguns perfis diferentes. Você vai, se você conseguir organizar, fica muito mais fácil, você arrastar lá pra dentro e mandar. E você manda as coisas. E a segunda e a última de Follow Up, é o seguinte. Uma vez ouvi de amigo do SEED. O SEED é o programa de aceleração que eu participei. Uma das coisas mais legais do SEED é que a gente sentava sempre perto de pessoas diferentes, a gente trabalhava num co-working e dia eu sentei do lado de cara, que por acaso é empreendedor aqui da USP também. E ele vendia maravilhosamente. Eu ouvia esse cara fazendo não sei quantas ligações, uma atrás da outra, vendendo, vendendo, vendendo. Eu olhei e puxa. Esse cara precisa me ensinar pouco e eu fui conversar com ele. E ele me falou uma coisa que me foi muito libertadora e que eu guardo como lição. E eu cheguei pra ele e disse assim: eu fico triste que às vezes eu converso com possíveis potenciais clientes e eles somem. E aí eu às vezes faço Follow Up, faço Follow Up e eles às vezes eles não respondem. Ele falou: ele nunca vai te dizer não. Nenhum cliente fala não. Escutem bem isso que pra mim foi muito bom, acho que pra vocês vai ser também. Nenhum cliente fala não, ele vai deixar você banho maria. Porque na cabeça dele, algum momento ele vai precisar falar com você. Principalmente se ele gostou, é claro. Então, ele prefere deixar você banho maria e quando chegar o momento, se chegar o momento, falar com você. Então, qual é a melhor maneira de você estar sempre ativando isso, sempre falando pra ele: olha estou banho maria ainda. Olha estou aqui banho maria ainda. Você pode criar, a gente chama de Business Update. Mas, enfim você pode dar o nome que você quiser, de Start, Novidades. E aí você testa algumas questões de periodicidade, de qual vai ser a periodicidade da sua atualização. São mensagens por e-mail, bem parecido com mail marketing. Onde você vai colocar lá, o que você fez, vamos supor que seja mensagem: o que você fez esse mês, já fez, o que você está fazendo, quer dizer o que vai vir nos próximos meses e o que você gostaria de pedir ajuda para essas pessoas, onde que elas podem colaborar com você. E aí você vai pedir contatos, óbvio que você não vai pedir a mesma coisa toda vez. Vai ter a ver com o que você está fazendo. Então, eles falam: Eu estou desenvolvendo livro novo, que é... Vai foi o meu caso, que é português e alemão. Então, eu estou contatando muitos profissionais que se relacionam com isso como: dubladores, tradutores. Eu estou tendo dificuldade de encontrar tal profissional, vocês têm alguma indicação? Coisas assim. Bom, quando você faz isso, o cara está recebendo o seu e-mail, sei lá, uma vez por mês. Não precisa ser uma vez por mês. O meu por exemplo é uma vez a cada três meses. E também você tem que ter resultado pra mostrar, você não vai ficar mandando: Oi, tudo bem pra ele. Então, você, quando ele recebe o teu e-mail, ele tem motivo, uma brecha pra falar com você. O que você está criando com isso é uma brecha. Tem detalhe importante. Esse e-mail não é pra os seus amigos. Não é pra seus amigos empreendedores necessariamente. Talvez alguns vão ser. Mas, não é necessariamente. Este e-mail é pra investidor, parceiros comerciais, então clientes ou parceiros de co-criação. E aí às vezes vai ser o próprio empreendedor mas às vezes não. E no meu caso eu tenho, eu acho legal. Mas é meio separado, jornalistas, formadores de opiniões vai, geral. Então assim, defina bem o meio. Se não você ficar com negócio gigante e não vai ter efeito nenhum, porque você também não consegue falar com uma mensagem só com uns públicos tão diferentes. Então, foca no público, escolhe a mensagem certa e manda vê, que você está criando a maior brecha do mundo pra o cara falar com você, funciona muito pra mim. Bom, tem outra historinha do SEED. Tenho muitas histórias do SEED. Eu tinha amigo uma vez ele falou uma coisa, que mexeu muito comigo. E eu não esqueci desde então. É assim, a gente pensa: Fulano é meu concorrente. Não quero ficar perto de fulano, ele não é meu concorrente, mas ele poderia ser. E aí, ele me falou o seguinte. Essas empresas, que são muito pequenas, que estão começando, por exemplo, as startups, o estado natural delas é andar na forma bamba, com grandes chances de cair. Então, ou vai morrer ou vai pivotar. Então é natural isso daí acontecer. Prepare-se. Então, e como você tem que fazer isso pouco tempo, porque se não você morre de fome, certo? Você precisa conseguir fazer isso com rapidez. A melhor forma de você fazer isso é você aproveitar a experiência dos outros. Como você aproveita as experiências dos outros? Se comunicando com as pessoas primeiro lugar. Compartilhando a sua. Porque quando você compartilha a sua, você recebe do outro também. Então, e colaborando. Então, quando você se junta com outras pessoas, aquilo é, como é que eu vou dizer isso? É como catalizador para as experiências que você vai precisar fazer na sua startup. Então essa é a primeira coisa. Pra se dar bem no ecossistema, seja colaborativo. Com todo mundo, todo mundo. A segunda coisa é, de fato estar presente. Ir nos eventos. Óbvio, não vá todos. Não precisa ser arroz de festa. A gente tem muito trabalho pra fazer, todo mundo sabe disso. Quem fica só arroz de festa, é o tipo de pessoa que os outros olham e falam: Bicho, fulano não trabalha. Então, não é isso que a gente quer ser, tá? Mas, escolha os eventos certos, aquele que vão estar as pessoas com quem você quer estar e vai. E esteja presente. Meu sócio tem uma expressão que eu acho engraçada. Ele fala: vai com a faca no dente. É tipo: vai preparada pra bicho. Vai conversar com todo mundo, leva toda sua simpatia, seu sorriso mais bonito, eixo bolso de cartão. Entendeu? É trabalho tá? Você pode se divertir também. Tomara que você se diverta, que vai ser mais legal. Mas, ponha na tua cabeça que você tem goals a cumprir, nisso que você está fazendo. Você quer conversar com tal e tal, tal pessoa, ou com X pessoas. Então, vá nos eventos. Aí você usa aquelas ferramentas que eu falei, da cara de pau, etc e tal. E esteja disposto a colaborar. A colaboração, ela é o start para você ser ajudado também. Sem falar que... e aí é uma coisa muito minha, você colaborar com outros empreendedores, principalmente os que estão começando, isso é uma coisa que te dá muita energia de continuar fazendo o que você está fazendo. O nosso dia a dia não é fácil. As pessoas veem muita, tem muito glamour envolvido com isso e a gente sabe que é mentira. Então, a gente precisa também de pouco de energia. Então, primeiro colabore com seus parceiros, os que estão no mesmo nível que você. Mas, colabora também com os que estão começando, isso vai te dar prazer. Acho que é isso. Gente, obrigada. Adorei conversar com vocês, espero que vocês tenham gostado. Espero ver vocês logo ali na frente, que vocês ouçam falar muito da StoryMax, da Samira Almeida, do Fernando Tande. E enfim, até logo, tá? [MÚSICA]